O simples fato de “estar do lado de fora da escola”, instiga a curiosidade dos alunos e promove a motivação e o interesse pela exploração e descobertas.
O Estudo do Meio também é uma atividade util ao professor, pois permite que ele compreenda e organize os conteúdos, dos diversos conhecimentos selecionados para serem ensinados no currículo escolar e, ao mesmo tempo, expanda à possibilidade para a produção de novos conhecimentos, numa elaboração contínua do currículo escolar (Lopes & Pontuschka, 2009).
A estruturação desta atividade não considerou apenas o tema elencado, mais também os sujeitos envolvidos no processo pedagógico: nossos alunos.
No Japão não é difícil encontrar, dentro nas escolas brasileiras, alunos que pouco ou nunca tiveram a oportunidade de utilizar algum meio de transporte público local. Apesar do serviço oferecido por trens e ônibus serem de excelente qualidade, por diversos fatores, socioculturais e/ou econômicos, muitas famílias preferem utilizar transporte particular.
Assim, optamos por fazer todo o trajeto até o Museu utilizando o transporte público, proporcionando, desta forma, uma experiência diferente aos nossos alunos. O passeio incluiu um trajeto de trem, do município de Ogaki (onde a escola está localizada) até a Estação Ferroviária de Gifu e, a partir deste local, pegamos também um ônibus até o Museu. O percurso total foi de aproximadamente 1 hora.
Ensinamos os alunos a comprarem suas próprias passagens, utilizando as máquinas de bilhetes e também como ler as tabelas de horários existentes na estação.
A caminho do Museu de Insetos:
A instituição foi fundada pelo pesquisador Yasushi Nawa, em 1896, como “Nawa Insect Research Center” (Centro de Pesquisa de insetos de Nawa). Yasushi Nawa foi o descobridor da borboleta-de-gifu (Luehdorfia japonica) e, por seu envolvimento com os invertebrados, ganhou o carinhoso apelido de “Homem dos insetos” (Insect man). Em 1919 o Centro de Pesquisas foi rebatizado para “Nawa Insect Museum”, tornando-se assim o primeiro museu de insetos de todo o Japão.
Além dos animais preservados, existem no local diversas espécies mantidas vivas como lagartas de borboletas, insetos aquáticos, besouros, gafanhotos, louva-deuses, baratas, grilos e bichos-pau.
Avaliando o passeio, considerando a forma de transporte utilizada e a exploração do Museu, acreditamos que o Estudo do Meio foi um sucesso, pois permitiu que os alunos verificassem de forma concreta, o aprendizado desenvolvido em sala de aula, além de ampliar a visão do ambiente onde vivem no Japão.
Após o retorno a escola, a atividade foi retomada em sala de aula, através do desenvolvimento de relatórios e atividades artísticas relacionados ao tema estudado.
Veja a seguir algumas fotos do nosso Estudo do Meio.
Referências:
LOPES, C. S.; PONTUSCHKA, N. N. Estudo do meio: teoria e prática. Geografia (Londrina) v. 18, n. 2, 2009. Disponível em [http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/geografia/