O origami (dobradura em papel) é uma técnica artística, de origem chinesa, muito popular no Japão. Como já foi apresentado aqui, anteriormente, no post: Oficina "Ciência e Arte: O origami no ensino de geometria”, o origami pode ser utilizado na escola como uma ferramenta para compreender melhor a matemática, ensinando as formas da geometria, de maneira divertida e concreta, tornando a aula muito mais interessante e participativa. A idéia de incluir os seres vivos em seus habitats naturais partiu dos próprios alunos, quando confeccionávamos origamis de pinguins, durante uma atividade, em nossas aulas de Ciências. Os pinguins são bem fáceis de serem dobrados e, portanto, seria uma atividade que iria utilizar apenas alguns minutos de nossa aula.
Mas então, foram surgindo diversas idéias e, a partir daquele momento, a atividade que duraria apenas alguns minutos acabou se estendeu por várias semanas, onde passamos a utilizar os minutos restantes do final das aulas de Ciências para explorar novas formas, brincando com papéis coloridos, tesouras e giz de cera. O mais divertido deste processo foi que, muitos dos origamis precisaram ser adaptados a partir de outros animais. Não encontramos, por exemplo, um origami de arara-azul, tivemos que (re)criá-lo a partir do origami de um corvo que havia em um dos livros que consultamos. Assim, substituímos o papel preto pelo papel azul, dobramos o bico e decoramos o bico e os olhos de amarelo para reproduzir esta bela ave brasileira. Todo este processo envolveu também muita pesquisa, com consulta de livros e da internet, para observar detalhes das cores e formas dos animais, na composição de seus ambientes, além da busca por esquemas de construção de origamis. O resultado pode ser conferido nas fotos abaixo. Veja também outros posts sobre a utilização de origamis em sala de aula:
Animais Japoneses Ameaçados de Extinção Projeto "Os Vegetais" (primeira etapa) A Arte do Origami Alunos de uma escola brasileira no Japão participam de uma atividade de Estudo do Meio, visitando um Museu dos Insetos e aprendendo a utilizar o transporte público japonês. O desenvolvimento de práticas, fora dos limites dos muros escolares, quando bem planejadas, podem empolgar e contribuir muito ao aprendizado dos alunos. Elas permitem o contato com uma dimensão da realidade que não pode ser acessada pelos livros didáticos, ou em apresentações em sala de aula. O simples fato de “estar do lado de fora da escola”, instiga a curiosidade dos alunos e promove a motivação e o interesse pela exploração e descobertas. O Estudo do Meio também é uma atividade util ao professor, pois permite que ele compreenda e organize os conteúdos, dos diversos conhecimentos selecionados para serem ensinados no currículo escolar e, ao mesmo tempo, expanda à possibilidade para a produção de novos conhecimentos, numa elaboração contínua do currículo escolar (Lopes & Pontuschka, 2009). Durante as aulas de Ciências, quando trabalhávamos o tema referente ao mundo dos invertebrados, planejamos desenvolver um Estudo do Meio organizando uma visita a um Museu de Insetos localizado na cidade de Gifu, no Japão. A estruturação desta atividade não considerou apenas o tema elencado, mais também os sujeitos envolvidos no processo pedagógico: nossos alunos. No Japão não é difícil encontrar, dentro nas escolas brasileiras, alunos que pouco ou nunca tiveram a oportunidade de utilizar algum meio de transporte público local. Apesar do serviço oferecido por trens e ônibus serem de excelente qualidade, por diversos fatores, socioculturais e/ou econômicos, muitas famílias preferem utilizar transporte particular. Assim, optamos por fazer todo o trajeto até o Museu utilizando o transporte público, proporcionando, desta forma, uma experiência diferente aos nossos alunos. O passeio incluiu um trajeto de trem, do município de Ogaki (onde a escola está localizada) até a Estação Ferroviária de Gifu e, a partir deste local, pegamos também um ônibus até o Museu. O percurso total foi de aproximadamente 1 hora. Ensinamos os alunos a comprarem suas próprias passagens, utilizando as máquinas de bilhetes e também como ler as tabelas de horários existentes na estação. A caminho do Museu de Insetos: No Museu observamos a fantástica coleção do Nawa Insect Museum, que conta com aproximadamente 18.000 espécies diferentes, entre as quais encontram-se animais de todos os continentes, inclusive diversos insetos brasileiros. A instituição foi fundada pelo pesquisador Yasushi Nawa, em 1896, como “Nawa Insect Research Center” (Centro de Pesquisa de insetos de Nawa). Yasushi Nawa foi o descobridor da borboleta-de-gifu (Luehdorfia japonica) e, por seu envolvimento com os invertebrados, ganhou o carinhoso apelido de “Homem dos insetos” (Insect man). Em 1919 o Centro de Pesquisas foi rebatizado para “Nawa Insect Museum”, tornando-se assim o primeiro museu de insetos de todo o Japão. Além dos animais preservados, existem no local diversas espécies mantidas vivas como lagartas de borboletas, insetos aquáticos, besouros, gafanhotos, louva-deuses, baratas, grilos e bichos-pau. Os alunos ficaram encantados com as diversas formas, cores e tamanhos dos animais. Avaliando o passeio, considerando a forma de transporte utilizada e a exploração do Museu, acreditamos que o Estudo do Meio foi um sucesso, pois permitiu que os alunos verificassem de forma concreta, o aprendizado desenvolvido em sala de aula, além de ampliar a visão do ambiente onde vivem no Japão. Após o retorno a escola, a atividade foi retomada em sala de aula, através do desenvolvimento de relatórios e atividades artísticas relacionados ao tema estudado. Veja a seguir algumas fotos do nosso Estudo do Meio. Referências: LOPES, C. S.; PONTUSCHKA, N. N. Estudo do meio: teoria e prática. Geografia (Londrina) v. 18, n. 2, 2009. Disponível em [http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/geografia/ Para refletir:
“Se você tem metas para um ano, plante arroz. Se você tem metas para 10 anos, plante uma árvore. Se você tem metas para 100 anos, então eduque uma criança. Se você tem metas para 1000 anos, então preserve o meio Ambiente.” (Confûcio) No mês de junho de 2014, tive a oportunidade de conhecer a escola Madina Primary School, na Província de Nova Irlanda - Papua Nova Guiné; devido ao desenvolvimento de um curso sobre Projetos Educativos para a equipe pedagógica daquela instituição. Neste vídeo mostro um pouco do intercâmbio cultural desenvolvido com os alunos do Terceiro e Quarto Ano, que me mostraram músicas e brincadeiras tradicionais, daquela comunidade e, em troca, eu apresentei: a técnica do Origami, contei histórias sobre alguns animais brasileiros e ensinei a brincadeira "Escravos de Jó" com latinhas. Foi uma experiência incrível, que pode ser conferida neste vídeo. Durante cinco dias, pude conhecer uma escola na Papua Nova Guiné, desenvolvendo um pequeno curso sobre Projetos Educativos Interdisciplinares para seus professores, baseado na minha experiência como educador. Neste "segundo" post, apresento um pouco mais sobre a cultura deste enigmático país, além de contar como foi meu contato com a Madina Primary School na Província de Nova Irlanda. Organizar um curso para os professores da Madina Primary School, na Papua Nova Guiné, foi um pouco complicado, pois a realidade das escolas deste país são completamente diferentes de qualquer ambiente que eu já havia conhecido. Apesar das longas conversas com o Professor Volker (linguista que vem trabalhando com a comunidade indígena da região desta escola, há mais de 20 anos), além do contato com alguns Papuas, que acabei conhecendo durante minha estadia no Japão, me preocupava qual conteúdo poderia ser abordado neste curso. Além da precariedade de muitas escolas, que mal possuem livros didáticos, energia elétrica ou mesmo professores habilitados e devidamente treinados, havia ainda problemas relacionados a língua, o que gostaria de abordar brevemente a seguir. Exemplo de uma escola na Papua Nova Guiné: Karawara Primary School, nas Ilhas de Duke of York, Província de East New Britain (Clique para vizualizar as fotos). A Papua Nova Guiné possui o Inglês como uma de suas três línguas nacionais, as outras duas são o Tok Pisin (lingua crioula, baseada no Inglês, largamente utilizada na comunicação oral em toda Papua) e o Hiri Motu (outra lingua crioula que, apesar de bastante utilizada, vem perdendo espaço para o Tok Pisin). O Inglês é a língua oficial no ensino acadêmico porém, começa a ser ensinado, na maioria das escolas, apenas a partir do Terceiro Ano. Isto acontece devido a diversidade linguistica existente na Papua Nova Guiné (mais de 850 línguas diferentes). Assim, as escolas, juntamente com suas comunidades, escolhem quais línguas serão utilizadas até o Segundo Ano, podendo ser a língua indígena local, o Tok Pisin, o Hiri Motu ou mesmo o Inglês. Na vila Madina, na Província de Nova Irlanda, onde estive, a população utiliza o “Nalik” como lingua local. Assim, todo o ensino na Madina Elementary School, escola responsável pelas séries iniciais até o Terceiro Ano, é desenvolvido de forma bilíngue, utilizando o Nalik e o Inglês. Um dos problemas enfrentados por muitas escolas nos dias de hoje, são as recentes mudanças nos hábitos culturais, em diversas tribos, que tem acarretado grandes conseqüências as línguas locais. Muitas comunidades não tem mais ensinado sua lingua nativa a seus filhos, que acabam aprendendo a falar apenas o Tok Pisin, já que o Inglês é raramente utilizado em conversas informais. Na escola, no entanto, são obrigadas a aprender a lingua local para, após o Terceiro Ano, mudarem para o Inglês. Segundo muitos especialistas este novo comportamento tem acarretado em dificuldades de aprendizado. Através desta análise, podemos dizer que, apesar do Inglês ser uma lingua oficial na Papua Nova Guiné ela é aprendida e utilizada, na maioria das vezes, como uma língua estrangeira. Nas ruas é muito difícil ver pessoas conversando em Inglês e muitos não conseguem falar ou compreender a língua. Desta forma, a princípio, minha proposta de atividade na Papua Nova Guiné, seria de um breve contato com os professores e a direção da escola, visando partilhar os resultados dos quatro anos do desenvolvimento do “Projeto Pen Pal”, onde os alunos da Escola Brasileira Hirogakuen, no Japão, se correspondem, em inglês, com alunos da Madina Primary School na Nova Guiné. Eu queria apresentar aos professores, a forma como eu havia organizado as etapas deste projeto e estava utilizando a troca de correspondências entre os alunos, como estratégia para melhorar o aprendizado de elementos referentes a gramática da lingua inglesa; apresentar novas palavras para incrementar o vocabulário dos alunos; incentivá-los a escrever pequenos parágrafos em inglês, além de expandir o tema para outras áreas do conhecimento como: Geografia, História e Ciências. Eu queria discutir estes elementos pois, analisando as cartas dos alunos da Madina Primary School, quando estas chegavam até meus alunos no Japão, percebi que os professores não estavam participando de todo o processo. A atividade não estava sendo conduzida como um propósito de aprendizagem, mas sim como uma atividade recreativa, totalmente desvinculada das aulas, ou seja, os professores estavam apenas pedindo aos alunos para redigirem uma carta. Esta minha suspeita foi embasada através de algumas observações como: muitas cartas não seguiam um padrão para este formato de texto; presença de muitos erros gramaticais simples, além de palavras provenientes da língua Tok Pisin. Todos estes elementos demonstravam que as cartas não haviam recebido revisão e estavam sendo encaminhadas da forma como estavam sendo produzidas pelas crianças. Claro que, quando propusemos a Madina Primary School este intercâmbio, não consideramos nenhuma metodologia a ser seguida, apenas a possibilidade dos alunos se comunicarem por correspondência. Assim, considerei que o Curso a ser apresentado ao corpo técnico da escola Madina Primary School, poderia abordar o tema “Projetos Interdisciplinares”, procurando através da discussão dos resultados do Projeto Pen Pal, demonstrar como elaborar, desenvolver e avaliar este tipo de atividade dentro do ambiente escolar. Dois momentos na Papua Nova Guiné (clique para visualizar as fotos)A programação, dividida em cinco dias (23 a 27 de junho), incluiu também o meu contato com os alunos, juntamente com seus professores, onde conversei sobre a escola Hirogakuen e entreguei as novas cartas vindas do Japão; apresentei alguns aspectos da cultura brasileira e ensinei alguns jogos e brincadeiras (veja maiores detalhes no post: Ultrapassando Fronteiras: Projetos Educativos na Papua Nova Guiné). Durante os encontros discutimos estratégias de como instigar a curiosidade dos alunos e organizar atividades considerando diversas áreas do conhecimento. Como exemplo de projetos educativos, apresentei aos professores algumas atividades que havia previamente desenvolvido com meus alunos da Hirogakuen. Mostrei livros produzidos pelos alunos, alguns vídeos, além de atividades mais simples como Origamis e máscaras com papeis coloridos. Como proposta final, sugeri que a escola elaborasse um pequeno projeto para o Terceiro e Quarto Ano, focando na aquisição de habilidades na escrita em inglês, juntamente com conteúdos de outras disciplinas. Conversando com os professores, ficou definido que o projeto seria de um pequeno livro, narrando algum assunto do interesse dos próprios alunos. O livro seria escrito e ilustrado coletivamente, utilizando frases e parágrafos simples, os quais posteriormente receberiam revisões e sugestões dos professores. Como forma de despertar o interesse dos alunos pelo projeto, foi definido que a produção seria enviada, como presente, aos alunos da Escola Hirogakuen no Japão. Como a escola carece de equipamentos para produção dos textos (computadores e impressoras), o livro será totalmente manuscrito; uma alternativa encontrada pelos professores para reproduzir o Projeto “Livro coletivo", que mostrei durante nossos encontros. Na minha avaliação, este breve encontro foi muito produtivo. Apesar das diferenças culturais entre os Papua-nova-guineses e nós brasileiros a comunicação, durante as atividades, foi bastante tranquila e todos participaram das dinâmicas e atividades sugeridas.
Segundo a Diretora da Madina Primary School, Professora Elsie Rakum, foi uma grande oportunidade para sua escola que, localizada em uma área tão remota, pode conhecer um pouco mais sobre trabalhos educativos desenvolvidos em outro país como o Japão. A Coordenadora da Madina Primary School, Professora Kombeng, acrescentou ainda que, o curso ajudou-os a compreender como os professores poderiam construir atividades mais interativas, além de aproveitar mais do projeto Pen Pal para reforçar o aprendizado do Inglês, principalmente entre os alunos do Terceiro e Quarto Ano. Gostaria de acrescentar ainda que, fui muito bem recebido no vilarejo indígena Madina, durante as três semanas em que permaneci na Papua Nova Guiné. O povo deste país é muito simpático e acolhedor. Durante o mês de junho, tive a oportunidade de conhecer a Província de Nova Irlanda, na Papua Nova Guiné. Durante minha visita a este belíssimo país, estive em contato com uma escola localizada em uma comunidade indígena, num vilarejo chamado Madina, onde apresentei aos professores um pouco da minha experiência como educador no Japão e também tive contato com os alunos. Esta escola, a Madina Primary School, participa do projeto “Pen Pal”, onde seus alunos se correspondem com os alunos da Escola Hirogakuen no Japão desde 2011. Neste post e em outros que virão, vou contar um pouco desta incrível experiência. A Papua Nova Guiné sempre atraiu a atenção de diversos especialistas e pesquisadores, interessados na diversidade linguistica das diversas ilhas que compõe o país. Em toda Papua, podem ser encontrada mais de 850 línguas diferentes, muitas das quais estão hoje quase extintas, pois muitas famílias vem lentamente, a cada geração, formando um número menor de pessoas capazes de falar a língua de seus antepassados, dentro de suas próprias comunidades. Nenhum país no mundo possui tanta diversidade linguística e, como motivo de comparação, podemos citar a Indonésia que, apesar de ocupar o segundo lugar, possui cerca de 300 línguas diferentes, ou seja, menos da metade da Papua Nova Guiné. Apesar de tantas línguas, o Inglês é a lingua oficial ensinada nas escolas e utilizado como meio de comunicação formal em todo país. Foi através de um destes especialistas em línguas, o Professor Dr. Craig Alan Volker, que foi possível, a quatro anos atras, iniciar um projeto de intercâmbio entre a Escola Brasileira Professor Kawase - Hirogakuen, no Japão, e a Madina Primary School da Papua Nova Guiné. O Dr. Volker, atual Professor de Pesquisas Lingüísticas da Divine Word University na Papua Nova Guiné, na época, trabalhava na Gifu Shotoku Gakuen University, no Japão, e mantinha contato com o vilarejo indígena de Madina, localizado na Província de Nova Irlanda. Foi neste mesmo vilarejo que, há 20 anos atrás, ele descreveu e documentou a “Nalik”, uma língua indígena falada por uma comunidade de mesmo nome, que hoje está representada por aproximadamente 4.000 pessoas nesta região. Como após a pesquisa, o Prof. Volker continuou a desenvolver diversos projetos relacionados a língua Nalik, ele ajudou no estabelecimento do intercâmbio entre estas duas escolas o que resultou no Projeto “Pen Pal”, onde os alunos destas duas instituições passaram a trocar correspondências. O Projeto “Pen Pal” tem como um de seus principais objetivos, incentivar e desenvolver o interesse dos alunos pelo estudo da língua inglesa, além de possibilitar a partilha de elementos dos locais onde vivem, promovendo um intercâmbio cultural entre seus participantes. Maiores detalhes sobre este projeto, podem ser acessados em “Projeto Pen Pal”. A Madina Primary School é uma escola pequena, que atende cerca de 156 crianças e adolescentes, onde a grande maioria (cerca de 95%) pertencem a comunidade indígena Nalik. As séries encontram-se divididas entre o Terceiro Ano ao Oitavo Ano que, no sistema brasileiro, corresponderia as mesmas séries, porém, no sistema da Papua Nova Guiné, o Ensino Médio possui quatro séries, começando no Nono Ano e terminando no Décimo Segundo Ano. As crianças em séries inferiores ao Terceiro Ano, são atendidas em outra unidade escolar: a Madina Elementary School e os alunos que concluem o Oitavo ano podem escolher uma das diversas escolas do Ensino Médio, para continuarem seus estudos. A princípio, o ambiente e o comportamento dos alunos, lembram ao de uma escola rural no Brasil. As construções são bem simples, todas em madeira, e o ambiente é representado, principalmente, por uma exuberante floresta, que se estende por todos os arredores da escola. Aos poucos, porém, vamos percebendo grandes diferenças… Algo que chama a atenção, de imediato, é que cada aluno carrega para a escola um longo “facão”. É possível ver crianças do Quarto Ano, carregando longos facões para a escola, pois elas precisam desenvolver determinadas tarefas, onde esta ferramenta é requisitada como: aparar a grama, retirar ervas daninhas dos canteiros, ou mesmo, cortar um coco para ser consumido como lanche, na hora do recreio. A princípio, chega a ser assustador ver crianças portando algo tão perigoso mas, aos poucos, vamos nos acostumando com esta cena estranha, ao perceber que todos manuseiam seus facões com bastante cuidado e responsabilidade. Quando contei a diretora sobre o meu espanto e indaguei se ela e os professores não temiam que os alunos viessem a se ferir, ela apenas riu. Para estes pequenos e seus professores, carregar um facão é algo tão normal quanto trazer caneta e caderno para a escola. No currículo desta escola, existe uma disciplina chamada “Making a Living”, onde os alunos aprendem sobre tarefas comuns em suas comunidades como: o desenvolvimento de agricultura de subsistência, além de aspectos relacionados a pesca e exploração de outros recursos naturais da região. Como atividade prática, neste semestre, os alunos estão cultivando melancias, das quais fomos presenteados com um exemplar, pelos alunos do Sexto Ano. Durante o período em que tive a oportunidade de visitar a escola, pude conversar com os alunos e desenvolver algumas atividades. Assim, eu ensinei o Terceiro Ano a confeccionarem alguns Origamis (dobraduras em papel) e apresentei aos alunos do Quarto Ano alguns animais brasileiros e os ensinei a cantarem e brincarem de Escravos-de-Jó. Esta última atividade foi tão bem aceita que, dias após minha visita os alunos ainda lembravam a música e continuavam a brincar com seus colegas. Segundo o Professor Volker, como estas crianças nasceram em um ambiente onde, falar diversas línguas é algo natural, elas acabam não tendo dificuldades em aprenderem novas palavras, quando estas lhe são apresentadas. Assim, aprender esta canção folclórica brasileira foi extremamente divertido para estes pequenos e também a seus professores que, anotavam tudo que eu ia explicando, e tentavam pronunciar as palavras juntamente com os alunos. No próximo post irei contar um pouco mais sobre minha experiência na Madina Primary School, focando nas atividades do Workshop que desenvolvi com os professores desta unidade, durante o período de 23 a 27 de junho. Veja abaixo, mais fotos sobre esta experiência pela Papua nova Guiné. Conheça um grupo de macacos, que gosta de tomar banhos de água quente, para se aquecer durante o inverno japonês. Este vídeo, elaborado com alunos do Quinto e Sexto Ano, mostra esta e outras curiosidades destes incríveis animais. Este vídeo, sobre o macaco-da-neve, também conhecido como macaco-japonês (Macaca fuscata), foi elaborado com a colaboração dos alunos do Quinto e Sexto Ano da Escola Brasileira Professor Kawase - Hirogakuen. A idéia surgiu após uma aula onde os alunos assistiram vídeos e viram fotos do Parque Jigokudani, localizado na cidade de Yamanouchi, Província de Nagano, onde existe um grupo especial destes macacos. O macaco-japonês é bem conhecido pela sua habilidade de descobrir coisas novas e ensinar ao seu grupo, perpetuando este aprendizado por gerações. Assim existem hoje, no Japão, grupos destes macacos com comportamentos bem diferentes entre si, entre os quais o grupo de Jigokudani que aprendeu a tomar banhos em águas termais para se proteger do frio intenso do rigoroso inverno desta região. Os alunos do Sexto Ano conduziram uma pesquisa na internet, buscando informações sobre este primata. Esta pequisa foi posteriormente formatada como um roteiro, para ser transformado num vídeo documentário do macaco-da-neve. Os alunos do Quinto Ano também quiseram participar e auxiliaram participando das gravações do texto elaborado pelo Sexto Ano e trazendo diversas sugestões para o vídeo. A professora de Japonês da Hirogakuen, colaborou muito para desenvolvimento do interesse dos alunos pelas pesquisas, trazendo um documentário, em japonês, sobre um grupo de macacos que habitam o Norte do Japão. O estudo detalhado sobre o clima, localização geográfica de onde estes animais vivem, além e aspectos culturais dos macacos dentro da cultura japonesa, tornou este projeto interdisciplinar e participativo. Confira no link abaixo a história dos Incríveis Macacos-da-neve, contada pelos alunos do Quinto e Sexto Ano da Escola Hirogakuen. Confira neste post, o vídeo elaborado pelos alunos do Terceiro e Sexto Ano da Escola Brasileira Professor Kawase - Hirogakuen. Neste vídeo eles apresentam um pouco do que aprenderam sobre a Onça-pintada e a Suçuarana, durante um projeto de Ciências repleto de atividades interativas, de caráter interdisciplinar. Para conhecer mais sobre o desenvolvimento do projeto, visite o link abaixo: Projeto FELINOS SELVAGENS Neste post você poderá conferir um Projeto Educativo de Ciências sobre a Onça-pintada e a Suçuarana. O projeto intitulado "As Pintas do Jaguaretê", foi desenvolvido com alunos do Terceiro e Sexto Ano da Escola Brasileira Prof. Kawase - Hirogakuen. Durante o período de três meses, alunos do Terceiro e do Sexto Ano do Ensino Fundamental, da Escola Brasileira Prof. Kawase - Hirogakuen (Província de Gifu, Ogaki-Japão), estiveram pesquisando e aprendendo sobre aspectos relacionados a biologia e ecologia dos felinos selvagens, especialmente sobre a Onça-pintada e a Suçuarana. O projeto intitulado “As Pintas do Jaguaretê”, teve como principal objetivo apresentar a estes brasileirinhos, que residem no Japão, informações sobre a fauna brasileira, através de atividades que possibilitassem a exploração de habilidades relacionadas a outras disciplinas. Também visou contribuir para a exploração do meio onde estes alunos vivem no Japão, apresentando a eles ações simples como: andar de trem público comprando a própria passagem e visitar o centro movimentado de uma cidade grande como Nagoya; atividades estas com as quais eles não estavam habituados e/ou mesmo nunca tiveram a oportunidade de experimentar. Este projeto também buscou ultrapassar as dimensões do material didatico de Ciências, explorando outros recursos e linguagens, apresentando a estes alunos conceitos relacionados a classificação, hábitos e reprodução dos animais; conteúdos estes presentes nas apostilas dos Primeiro e Segundo Bimestre do Terceiro Ano. Todas as atividades propostas ao longo do projeto, foram programadas para auxiliar no desenvolvimento de um produto final: a produção de um vídeo, cujo roteiro seria elaborado pelos próprios alunos. Entre estas atividades podemos citar: - Projeção de filmes e apresentação de slides sobre as espécies de felinos existentes no Brasil. Esta atividade foi divulgada entre os alunos como "CINEANIMAL e, uma vez por semana, eles podiam conferir vídeos curtos abordando alguns aspecto sobre a biologia e a ecologia dos felinos selvagens. - Pesquisas na FELINOTECA; um espaço organizado dentro da sala de aula onde foram exibidos fotos de diversos felinos brasileiros, além de textos previamente selecionados na internet, que foram impressos e encadernados. Os alunos podiam consultar este material durante seu horário livre e nas aulas de leitura. - Elaboração de diversas atividades artísticas como produção de máscaras, desenhos, pinturas, colagens, etc. - Produção de textos coletivos e individuais, que foram utilizados na elaboração do roteiro do vídeo do projeto, - Realização de um Estudo do Meio, através de uma visita ao Zoológico da cidade de Nagoya (Província de Aichi), visando a observação de felinos selvagens, principalmente o da Onça-pintada. Os alunos do Sexto Ano também puderam participar de algumas atividades do projeto e acompanharam, na qualidade de tutores mirins, a turma do Terceiro Ano até o Zoológico de Nagoya. Eles também contribuíram com pesquisas e gravações de alguns trechos para o vídeo. Os conceitos envolvidos neste projeto, foram também explorados, considerando-se a realidade vivida por estes alunos no Japão. Muitos dos participantes nunca haviam visitado um Zoológico antes e/ou utilizado o sistema ferroviário do Japão. Assim, optou-se pela utilização dos trens, para o deslocamento dos alunos até o Zoológico, permitindo desta forma a experiência de utilizar este meio de transporte público pela primeira vez. A observação da interação dos alunos nos momentos presenciais, durante as atividades e dinâmicas, bem como através dos comentários trazidos pelos seus familiares, mostrou que houve um grande envolvimento dos educandos. A FELINOTECA foi muito utilizada pelos alunos e eles simplesmente adoravam os dias selecionados para o CINEANIMAL. Os resultados obtidos demonstram que, atividades como as desenvolvidas neste projeto, proporcionam uma forma diferente de explorar temas aparentemente distantes da realidade dos alunos, de uma forma mais dinâmica e participativa. Também notou-se que os conceitos, a partir do momento que eram construídos coletivamente, passavam a serem incorporados e utilizados pelos educandos de forma bem espontânea, o que pode ser claramente observado nas produções textuais contidas no roteiro do vídeo: “As Pintas do Jaguaretê”. |
Cláudio da Silva
Sou Pedagogo e Biólogo e atualmente trabalho na Escola Brasileira Professor Kawase - Hiro Gakuen (Ogaki - Japão). Archives
February 2015
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